Aos amigos , o Bem
O ex-presidente George W. Bush e o rei Abdullah, da Arábia Saudita, em 2008. Larry Downing/Reuters |
segunda-feira, abril 18, 2011 | Leia todas as postagens de Renan | 0 Comments
Mais Complexo do que parece
Resolvi reproduzir aqui parte de uma reportagem minha feita no 1° semestre deste ano, quando a cidade não vivia o caos generalizado que vive nesta semana, mas demonstra que as raízes já estavam plantadas. Eu sempre me incomodei com o fato de ninguém ligar para o descaso com a região onde eu moro, o que na verdade isso me irrita todos os dias no caminho de volta pra casa.
Enfim, a matéria mostra um pouco esse descaso em números e estatísticas do próprio governo. E o resultado dessa política de ausência do Estado durante tanto tempo, está sendo mostrado ao vivo, fulltime na TV. A quem vale mais a pena proteger?
Segurança pra quem tem
Inhaúma é um bairro famoso pelos altos índices de violência, e baixos índices de Desenvolvimento Humano. Segundo dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), sobre o IDH dos bairros do Rio de Janeiro, de 1991 a 2000, Inhaúma é o 81° colocado, enquanto entre os dez primeiros, oito estão na Zona Sul. As exceções são o Joá, na Barra da Tijuca e o Jardim Guanabara, na Ilha do Governador. Na última colocação, está o Complexo do Alemão, conjunto de favelas vizinho ao bairro.
Os índices de violência assustam: De acordo com o Instituto de Segurança Pública do Governo do Rio de Janeiro (ISP), entre as regiões da cidade delimitadas pelo Instituto (AISP), a de Inhaúma aparece com 60 homicídios dolosos de janeiro a maio deste ano, 93 roubos a estabelecimentos comerciais, e 884 roubos de veículos. Toda região denominada AISP 3, possui somente 5 D.Ps e um Batalhão da P.M. , localizado no Méier. Em contraponto, na região que compreende os bairros mais valorizados da Zona Sul, a AISP 23, os índices são de 10 homicídios dolosos, 29 roubos em comércios, e 25 roubos de veículos.
Nas 3 AISPs da Zona Sul (02, 19 e 23), residem 595.298 pessoas, e existem 6 D.Ps e 3 Batalhões da P.M. Enquanto os 558.292 habitantes da AISP 03, na Zona Norte, contam com apenas 5 D.Ps, um Batalhão da P.M., e mais do que o dobro de ocorrências registradas.
O abandono da Zona Norte
O ISP divulga mensalmente informações sobre a violência na cidade, dividida em regiões chamadas AISP (Áreas Integradas de Segurança Pública). Não foi possível conseguir informações específicas sobre o bairro de Inhaúma, já que cada estatística diz respeito à uma região administrativa que compreende vários bairros como Méier, Cachambi, Del Castilho, Engenho Novo, entre outros. Ainda assim, é possível traçar um panorama geral da desigualdade entre os índices de segurança pública entre determinadas regiões.
O site Rio Como Vamos detalhou índices de violência da região em 2007 e 2008: Segundo o site, que usa como fontes os dados do ISP, o número de roubos a estabelecimentos comerciais e residências em Inhaúma aumentou de 50 em 2007 para 56 em 2008. De Janeiro a Maio de 2009, segundo o próprio ISP, na região administrativa a que o bairro pertence, ocorreram 95 roubos a estabelecimentos comerciais e 23 roubos à residências. Em 2010, uma pequena queda de 93 estabelecimentos e 16 residências.
Se compararmos com os índices da região que compreende os bairros da Zona Sul, a diferença é grande: Ali, os números do ISP apontam uma incidência muito menor nos registros gerais de ocorrências no período de Janeiro a Maio deste ano. Enquanto a Zona Sul é responsável por apenas 13,5% do total de ocorrências, a Zona Norte tem 44,1%. Um exemplo da desigualdade da distribuição dos números está no número de homicídios dolosos: De janeiro a maio de 2010, foram 20 na Zona Sul e 353 na Zona Norte.
A desigualdade se confirma se observarmos a distribuição de policiais em relação ao número de habitantes por região: Enquanto a Zona Sul, subdividida em 3 regiões com cerca de 600 mil habitantes, possui um efetivo policial de cerca de 600 PMs nas UPPs recentemente instaladas em quatro favelas, em uma das subregiões da Zona Norte (AISP 9), com 850 mil habitantes, há apenas um batalhão de Polícia Militar. A região registrou 179 homicídios dolosos de Janeiro a Maio de 2010.
Os números da violência demonstram o quanto é complexa e desigual a distribuição da violência e da segurança na cidade do Rio de Janeiro. Para os moradores de dentro dos portões, a sensação de segurança termina assim que eles se abrem para o lado de fora, na cidade onde persistem os motivos que levam cada vez mais ruas a se isolarem como condomínios fechados.
Segundo notícias divulgadas, o governo pretende diminuir o déficit policial com a instalação de uma UPP no Complexo do Alemão, assim como foi feito nas favelas da Tijuca. Porém, o que se vê nas favelas é o sentimento oposto ao que predomina nos bairros ao redor. Esses sinais de abandono contribuíram para que o bairro, antes um promissor pólo comercial e industrial, se esvaziasse e se desvalorizasse ao longo do tempo. Hoje Inhaúma sofre não só com a violência, mas também com a desordem urbana e a falta de políticas públicas com o objetivo de valorizar novamente a área.
sábado, novembro 27, 2010 | Leia todas as postagens de Renan | 0 Comments
Ausência de Política
O ser humano é um ser político por natureza, diz a filosofia. Porém, não foi o que pareceu ser nas eleições para reitor da UFF, que terminaram neste fim de semana com a vitória da chapa da situação, liderada por Roberto Salles. Apesar das inúmeras falhas e reclamações da gestão atual, a vitória foi relativamente fácil, e o número de votos muito baixo em vários locais de votação.
A indiferença e falta de interesse na vida política da universidade é reflexo do que acontece em relação à política nacional, e não é difícil entender as razões. A ausência de um debate político efetivo é uma das principais marcas desta e de todas as campanhas eleitorais realizadas ultimamente.
Pouco se ouviu falar sobre eleição durante todo o semestre, fora os poucos cartazes espalhados pela universidade, a pouco mais de 15 dias antes das eleições. Algo parecido com o que desejam os candidatos à Presidência da República. Semana passada, José Serra, candidato do PSDB, afirmou que “a campanha só começa depois da Copa”. Alguma semelhança?
O movimento estudantil já não é tão atuante e esclarecedor como foi em outros tempos. No debate na Escola de Serviço Social (citado no post anterior) dia 13 de Maio, o DCE protestou e fez barulho em defesa do voto nulo, o que quase inviabilizou o debate entre os candidatos. Ou seja, de onde mais se esperava um incentivo ao debate e à troca de idéias para melhorar a universidade, se ouviram apenas gritos e propostas vazias. Percebe-se que a falta de uma proposta alternativa pertinente por parte do movimento estudantil (muito contaminado por partidos de esquerda), fortalece ainda mais o desinteresse na política da universidade.
Assim como fazem os homens de terno e gravata de Brasília, na Uff e em outras faculdades públicas, o primeiro mandato de reitor é usado para firmar alianças, e pactos para garantir votos valiosos dentro do conselho universitário. Parecida com a tática de compra de votos de deputados, por Fernando Henrique para aprovar o projeto que validaria sua reeleição em 1998, ou com o caso mais recente do mensalão no 1° mandato do governo Lula.
Resta saber como será o segundo mandato, quando muitas alianças firmadas antes se rompem e formam outras chapas.Não que o número maior de opções signifique uma efetiva diferença no conteúdo das propostas, longe disso. Assim como nas eleições presidenciais, as propostas se parecem. Basta conferir os materiais das duas chapas, ou dos partidos dos candidatos. São na maioria superficiais, sobre questões pontuais que não interferem na raiz dos problemas e na estrutura de todo o sistema.
A politicagem, a troca de favores, em função do interesse particular de poucos em permanecer no poder prevalece ante ao interesse público. Os assuntos que realmente interessam à sociedade (ou ao corpo estudantil) são relegados a segundo plano, os debates são escassos e superficiais em sua maioria, e contribuem para afastar cada vez mais o povo da política real.
terça-feira, maio 25, 2010 | Leia todas as postagens de Renan | 1 Comments
Todas as campanhas eleitorais são iguais!?
Mas, e o debate?!
Cada chapa teve 10min para expor suas ideias e propostas. Na Chapa 1 Palharini e Bruno falaram; pela Chapa 2, só Sidney se manifestou. Os candidatos tiveram dificuldade para falar porque os estudantes do DCE não pararam de gritar e cantar gritos de guerra. Na minha opinião isso foi um problema e total falta de respeito, porque eles tiveram o tempo deles para falar e ninguém atrapalhou, então deveriam ter feito o mesmo. Por outro lado, acho que deveria ter tido um espaço pra eles à mesa principalmente pelo fato deles defenderem o voto nulo. Seria bom que soubessemos porquê, porque na opinião deles nenhum dos dois candidatos merece nossa confiança. Sou super a favor dos movimentos estudantis até porque eles defendem os meus interesses também; gostaria de participar de Diretórios Acadêmicos, mas (não sei porque) não participo. O único problema que eu vejo com alguns militantes é que eles são sempre de oposição e muito revolucionário: são contra as propostas e pronto. Não tem nenhuma outra proposta pra substituir aquelas que são contra. Outra coisa que eu acho é que eles confundem democracia com anarquismo: todos tem o direito de concordar ou discordar, falar e ser ouvido. O problema é que eles só querem discordar e falar, não querem ouvit. Vamos defender nossos direitos!? Vamos. Mas vamos escutar o que o adversário tem a dizer. Vamos discordar de muitas coisas, concordar com outras e ignoras outras tantas, mas teremos ouvido a posição alheia e teremos mais argumentos para defender nossas ideias. Alguns vão concordar comigo, outros não. Isso é democracia!
A segunda parte do debate foi das perguntas da plateia para os candidatos. Algumas perguntas foram respondidas pelos candidatos outras por seus vices. As manifestações, vaias e gritos continuaram e o debate quase foi suspenso várias vezes. Foram sorteadas oito perguntas que deveriam ser respondidas pelas duas chapas. Os temas foram: obras na UFF (prontas, por fazer, por começar, com que dinheiro são feitas, alojamentos, restaurantes, novos prédios...); Reuni (porque foi aprovado no Tribunal de Justiça, porque a vontade dos estudantes não foi levada em consideração...); cursos pagos (porque existem cursos pagos dentro da UFF, quem realmente paga por esses cursos, eles vão continuar mesmo com os estudantes sendo contra...); estatuto inacabado da UFF (o que impede que ele seja votado, quais os principais pontos e entraves...); contratação de professores substitutos (porque tantos substitutos, em que casos eles podem ser contratados, não seria melhor que tivessemos professores concursados...); professores com dedicação exclusiva (quem são os responsáveis por fiscalizar essa dedicação, se o professor não cumpre quem pune, como ele é punido...); construção de bandejões nos campi e as bolsas de monitoria, extensão, iniciação científica que não atendem às demandas (porque não tem cozinha no bandejão da Praia Vermelha, melhoria da qualidade da alimentação, manutenção de preços acessíveis; a pergunta das bolsas não foi respondida por nenhum dos 2 candidatos...); pré-vestibulares dentro da UFF (importância, aproximação com a comunidade, colégio de aplicação...). O engraçado nessa parte é que um defende propostas totalmente opostas às do outro e, mesmo sem ter uma proposta eles são contra a ideia do outro.
Na terceira parte cada candidato fazia duas perguntas pro outro responder com direito a réplica e tréplica. Infelizmente não pude ficar até o final, mas a primeira pergunta foi sobre os cursos pagos e o uso do dinheiro do Reuni. Parece que o Palharini - que se diz terminantemente contra os cursos pagos - tem vários cursos desses no ICFH (onde ele é diretor). Os dois disseram que não há cursos pagos na UFF(?!), os cursos são da Petrobrás, da Firjan, etc para capacitação de pessoal, quem paga são as empresas e não os alunos. Nos outros cursos a taxa é uma contribuição para manutenção dos cursos e para compor gratificação para os professores que não recebem por essas aulas (como se alguém trabalhasse de graça). Ainda disseram "eu nunca trabalhei e nem vou trabalhar, nunca recebi e nem vou receber de cursos pagos." Até parece!
Depois disso tudo pensei, analisei e ainda não sei em quem vou votar. O certo é que o Roberto está no cargo e as coisas que ele fez ou não fez estão aí para todos verem e julgarem. O Palharini foi Diretor do ICFH durante muito tempo. Não posso dizer se ele é bom ou não, mas as condições e infra estrutura de lá são melhores que as do IACS que é o que eu tenho como referencia. Não estou defendendo a continuidade ou a renovação, só apontando para fatos concretos que podem e devem ser percebidos e analisados por todos nós, eleitores.
Antes de qualquer coisa temos que analisar cuidadosamente quem merece nosso voto não só nas eleições do DACO, do IACS, da UFF, mas para as eleições de outubro para os governos federal e estadual. Não adianta aparecer na véspera pedindo voto e dizer que vai fazer e acontecer, defender isso e aquilo e depois nunca mais dar satistação. Tem que aparecer e dizer o que fez, o que faz, o que pretende fazer. Sempre! O melhor que podemos fazer é pesquisar e ver o que a pessoa já fez, o que ela pode fazer,e principlamente, se é confiável a ponto de merecer receber nosso precioso voto.
sábado, maio 15, 2010 | Leia todas as postagens de Thaise | 0 Comments
O Rio e as Olímpiadas, uma questão de negócios.
quinta-feira, dezembro 03, 2009 | Leia todas as postagens de Marcelo | 2 Comments