Jornalísticos

Blog da turma de jornalismo do segundo semestre de 2007 da Universidade Federal Fluminense.

Todas as campanhas eleitorais são iguais!?

Campanha eleitoral é mais ou menos assim: os candidatos apresentam suas propostas, fazem propaganda do que já fizeram em outros mandatos e cargos. São amados e odiados. No final da corrida eleitoral tem sempre um debate com os principais candidatos. Assim é no Brasil, no Mundo e na UFF. Na Universidade, assim como no país, estamos em período eleitoral, mas só temos duas chapas concorrendo: Chapa 1 - Palharini e Bruno e Chapa 2 - Roberto e Sidney. Não vou ficar aqui falando da tragetória profissional e políticas dos candidatos porque, neste caso, seria uma perda de tempo. Vou falar das impressões que tive dos candidatos no debate que aconteceu na Faculdade de Serviço Social, mas é bom deixar claro que apesar de gostar de política sou um pouco descrente dos políticos brasileiros em geral.



Antes de participar do debate li os jornais das duas chapas para conhecer as propostas dos candidatos e aconselho que todos façam o mesmo. Algumas parecidas, outras nem tanto como em qualquer campanha. O debate estava marcado para as 18h. Às 18:15h +- os membros do DCE passaram um vídeo, muito bom por sinal, sobre a luta dos estudantes da UFF pela não implementação do REUNI já que a maioria dos estudantes, professores e funcionários da Universidade foram contra e mesmo assim, milagrosamente o projeto foi aprovado.

O Diretório não aprova nenhum dos 2 candidatos e defende o voto nulo. Estão no direito deles. Vivemos numa democracia e cada um pode pensar e se expressar da maneira que achar melhor. Em seguida, os estudantes de Cinema leram uma carta pedindo a melhoria das condições do curso e mais investimentos (se é que nos últimos anos o IACS recebeu algum): equipamentos mais modernos, condições de produção, incentivo às artes e reconhecimento da importância do curso. Esse documento era uma espécie de compromisso firmado entre os estudantes e os candidatos que deveria ser assinado pelos 2 candidatos e cumprido, independente de quem ganhasse as eleições. Depois o presidente do DCE começou a ler uma carta com as reivindicações dos estudantes. Essas participações não estavam na programação do debate, mas foram muito bem vindas. Até aqui todos estavam em silêncio e atentos ao que as pessoas falavam.

Mas, e o debate?!
Cada chapa teve 10min para expor suas ideias e propostas. Na Chapa 1 Palharini e Bruno falaram; pela Chapa 2, só Sidney se manifestou. Os candidatos tiveram dificuldade para falar porque os estudantes do DCE não pararam de gritar e cantar gritos de guerra. Na minha opinião isso foi um problema e total falta de respeito, porque eles tiveram o tempo deles para falar e ninguém atrapalhou, então deveriam ter feito o mesmo. Por outro lado, acho que deveria ter tido um espaço pra eles à mesa principalmente pelo fato deles defenderem o voto nulo. Seria bom que soubessemos porquê, porque na opinião deles nenhum dos dois candidatos merece nossa confiança. Sou super a favor dos movimentos estudantis até porque eles defendem os meus interesses também; gostaria de participar de Diretórios Acadêmicos, mas (não sei porque) não participo. O único problema que eu vejo com alguns militantes é que eles são sempre de oposição e muito revolucionário: são contra as propostas e pronto. Não tem nenhuma outra proposta pra substituir aquelas que são contra. Outra coisa que eu acho é que eles confundem democracia com anarquismo: todos tem o direito de concordar ou discordar, falar e ser ouvido. O problema é que eles só querem discordar e falar, não querem ouvit. Vamos defender nossos direitos!? Vamos. Mas vamos escutar o que o adversário tem a dizer. Vamos discordar de muitas coisas, concordar com outras e ignoras outras tantas, mas teremos ouvido a posição alheia e teremos mais argumentos para defender nossas ideias. Alguns vão concordar comigo, outros não. Isso é democracia!

A segunda parte do debate foi das perguntas da plateia para os candidatos. Algumas perguntas foram respondidas pelos candidatos outras por seus vices. As manifestações, vaias e gritos continuaram e o debate quase foi suspenso várias vezes. Foram sorteadas oito perguntas que deveriam ser respondidas pelas duas chapas. Os temas foram: obras na UFF (prontas, por fazer, por começar, com que dinheiro são feitas, alojamentos, restaurantes, novos prédios...); Reuni (porque foi aprovado no Tribunal de Justiça, porque a vontade dos estudantes não foi levada em consideração...); cursos pagos (porque existem cursos pagos dentro da UFF, quem realmente paga por esses cursos, eles vão continuar mesmo com os estudantes sendo contra...); estatuto inacabado da UFF (o que impede que ele seja votado, quais os principais pontos e entraves...); contratação de professores substitutos (porque tantos substitutos, em que casos eles podem ser contratados, não seria melhor que tivessemos professores concursados...); professores com dedicação exclusiva (quem são os responsáveis por fiscalizar essa dedicação, se o professor não cumpre quem pune, como ele é punido...); construção de bandejões nos campi  e as bolsas de monitoria, extensão, iniciação científica que não atendem às demandas (porque não tem cozinha no bandejão da Praia Vermelha, melhoria da qualidade da alimentação, manutenção de preços acessíveis; a pergunta das bolsas não foi respondida por nenhum dos 2 candidatos...); pré-vestibulares dentro da UFF (importância, aproximação com a comunidade, colégio de aplicação...). O engraçado nessa parte é que um defende propostas totalmente opostas às do outro e, mesmo sem ter uma proposta eles são contra a ideia do outro.

Na terceira parte cada candidato fazia duas perguntas pro outro responder com direito a réplica e tréplica. Infelizmente não pude ficar até o final, mas a primeira pergunta foi sobre os cursos pagos e o uso do dinheiro do Reuni. Parece que o Palharini - que se diz terminantemente contra os cursos pagos - tem vários cursos desses no ICFH (onde ele é diretor). Os dois disseram que não há cursos pagos na UFF(?!), os cursos são da Petrobrás, da Firjan, etc para capacitação de pessoal, quem paga são as empresas e não os alunos. Nos outros cursos a taxa é uma contribuição para manutenção dos cursos e para compor gratificação para os professores que não recebem por essas aulas (como se alguém trabalhasse de graça). Ainda disseram "eu nunca trabalhei e nem vou trabalhar, nunca recebi e nem vou receber de cursos pagos." Até parece!

Depois disso tudo pensei, analisei e ainda não sei em quem vou votar. O certo é que o Roberto está no cargo e as coisas que ele fez ou não fez estão aí para todos verem e julgarem. O Palharini foi Diretor do ICFH durante muito tempo. Não posso dizer se ele é bom ou não, mas as condições e infra estrutura de lá são melhores que as do IACS que é o que eu tenho como referencia. Não estou defendendo a continuidade ou a renovação, só apontando para fatos concretos que podem e devem ser percebidos e analisados por todos nós, eleitores.

Antes de qualquer coisa temos que analisar cuidadosamente quem merece nosso voto não só nas eleições do DACO, do IACS, da UFF, mas para as eleições de outubro para os governos federal e estadual. Não adianta aparecer na véspera pedindo voto e dizer que vai fazer e acontecer, defender isso e aquilo e depois nunca mais dar satistação. Tem que aparecer e dizer o que fez, o que faz, o que pretende fazer. Sempre! O melhor que podemos fazer é pesquisar e ver o que a pessoa já fez, o que ela pode fazer,e principlamente, se é confiável a ponto de merecer receber nosso precioso voto.

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