Jornalísticos

Blog da turma de jornalismo do segundo semestre de 2007 da Universidade Federal Fluminense.

E no 7 de setembro...

É difícil encontrar alguém que tenha se lembrado que ontem foi 07 de setembro, data em que às margens do Rio Ipiranga D. Pedro I emitiu o "brado retumbante" de Independência ou Morte! . A partir daquela data deixamos de ser Reino Unido de Portugal e Algarves e passamos a ser um país: o BRASIL. De lá para cá essa data tem cada vez menos espaço na memória do povo brasileiro (um "povo heróico" de acordo com Joaquim Osório Duque Estrada) e cada vez menos destaque na mídia. Parece que nosso patriotismo se perdeu ao longo dos anos e só reaparece em tempos de Copa e de Olimpíadas.

Ontem eu fui ao desfile na Av. Presidente Vargas. Essa não foi a primeira vez que eu fui ao desfile e pude perceber que cada vez menos pessoas saem de suas casas nesse dia (que é feriado) para assistir ao desfile cívico. O governo pede, incentiva, lembra, mas as pessoas, em geral, não ligam para essa data que mudou o rumo da História do nosso país.(Aliás quando disse que iria ao desfile um amigo se espantou: "Nossa! Você comemora a Independência do seu país?!" Ele também deveria comemorar) As pessoas que foram estavam felizes e orgulhosas: assistiam a passagem das Forças Armadas Brasileiras com o maior orgulho de fazer parte desse país, de ter aquelas pessoas para defendê-los e protege-los. Muitos chegaram lá cedo para conseguir um bom lugar e assistir parentes, amigos e desconhecidos desfilarem cheios de orgulho por fazer parte da FAB e defender sua pátria (muitos soldados estavam lá por obrigação, o que não diminui o orgulho de carregar no peito uma insignia).

A presença do Caveirão, "comedor de criancinha", me chamou a atenção e me fez refletir: o carro passou como se fosse o maior orgulho da PM carioca. Como se a alguns dias atrás não tivesse invadido uma das centenas de favelas do Rio de Janeiro atirando para todos os lados e assustando os moradores das comunidades. A PM e o Exército passaram pela avenida como se não andassem por aí matando pessoas inocentes só porque são pobres, ou pretos, ou feios, ou para "dar uma lição neles"... passaram carregando a bandeira DESSE estado e DESSE país, como se fossem nosso maior orgulho.... Muito pelo contrário.
O pior é que os espectadores aplaudiram esses soldados... soldados que amanhã podem vir a ser seus carrascos.

Após o desfile ainda encontrei o candidato a prefeito Chico Alencar, o "Chico 50", fazendo corpo-a-corpo no Campo de Santana. Provavelmente nem assistiu ao evento, chegou somente para fazer campanha. Ele e uma comitiva pararam um garoto de 5 anos, no máximo, para falar bem do candidato. A criança nem devia saber quem é ele, muito menos o que ele faz, mas sabe como é...uma criança, um velhinho e um cachorro sempre emocionam o eleitor. E tem mais: pra que ele precisa apresentar uma proposta para ganhar meu voto, quando ele pode apelar para o meu coraçãozinho?!?!

Devemos pensar se é esse o país que queremos com soldados que não nos protegem (e chegam a nos ameaçar) e com candidatos sem prospostas (num país "democrático" eu ainda sou obrigada a votar nesse tipo de candidato)?!?! O que os jornalistas, estão fazendo para mudar essa realidade e o que nós, futuros profissionais, faremos para mudar isso?!?! Devemos agir e não nos acomodar, não podemos ter preguiça de lutar por um país melhor para nós e para nossos filhos e netos.

3 comentário(s). Clique. Comente!:

Unknown disse...

concordo com tudo no post,sobre a hipocrisia política, o conformismo das pessoas,a ostentação de ferramentas de massacre, mas tenho uma dúvida em relação a esse desfile...
O Brasil é independente?

Blu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Blu disse...

Adorei o Blog! Sou estudante de Jornalismo também.
Com quem eu falo para tratar sobre uma possível parceria?

Abraços!

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